 
  
    	Marraquexe
    	Data 06/02/2019 17:45:01 | Tópico: Poemas
 
  |  Eu canto o instante já, aqui e agora. Eu verso a vida, a morte, até cerveja. Eu tenho boca boa que me beija, Caneta, prato, garfo, chá, colher...
  Em casa tenho gado e hortaliças; Capado bom, capim- gordura, leite... Pomar, galinha, linho, mel, azeite E vinho vindo lá de Marraquexe.
  Eu sonho a vida como sonha um peixe No fundo do oceano da lagoa. Eu sou assim, eu sou quem não conhece Tristeza nessa terra grande e boa.
  O sol me aquenta a tarde, a noite vejo O céu coberto em brumas, estrelado; O gado já pastando no relvado... Viver feliz assim jamais tem preço.
  O meu semblante calmo, frio e teso Reflete minha calma transparente. Eu vou de galho em galho e,  de repente, Eu faço um verso e conto meu passado.
  Talvez eu seja errado em certo ponto. O ponto certo é aquele que eu descubro. Vasculho ponte, muro, cemitério... Aguardo o sol se pôr detrás do monte.
  Se acaso sonho um sonho diferente, No ocaso dessa vida tão medonha, Eu peço a Deus que vista o meu presente Do sonho que o futuro sempre sonha.
  Aguardo meu destino, minha sorte. A cada dia faço a despedida. Ao Céu eu agradeço o dom da vida E peço a Deus  que seja boa... A morte.
 
 
 
  |  
  |