
NAS LINHAS
Data 20/02/2019 22:27:40 | Tópico: Poemas
| Podemos falar agora Falaremos deles ou ate de nos Somos tão iguais assim condenados ao silencio do sepulcro Nossas vozes amordaçadas As vozes deles... tão quietas Aqueles que traçam suas historias redigindo palavras nas linhas como trens Que se encontram discutem e planejam Aqueles que esperam Tão sóbrios ou bêbados que já não sabem a diferença Jovens com alma de anjo e a retórica das fadas Aqueles que são desacreditados Que trabalham nas fabricas cercados de nada E que pensam Que foram confundidos difamados e esquecidos Aqueles que ainda sonham suas casas cobertas de gloria Seus desejos tão plenos de goso Aqueles que escapam aos laços da realidade Alterados, magoados, mas coesos. Os que não falam das noites secretas nem choram aos ouvidos do povo Que experimentam as torturas sem reservas Que predizem seu próprio mal decaindo aos poucos Os loucos e idiotas Os cegos não querem velos Seus faros não podem encontralos Seus sentidos inúteis não podem reconhecelos As bestas rondando nas ruas E eles corajosos permanecem Os que insistem nos talentos que lhes pertencem Os que não temem e não ligam Os que não querem suas aprovações Aqueles que sabem Apenas isso Somos nos armados de palavras Cavaleiros montados na escrita Nossas lanças de poemas afiados Nossas armaduras de historias escritas Nossa dor se derrete no copo Nossa noite e longa e vivida Nosso amor sabe que e nosso Nossa lua e opaca e sem vida Somos-nos que não trazemos esperanças Nem exasperamos conflitos Que só possuímos a palavra e a poesia Somos-nos Presos, perdidos, condenados. Que somos simples e confessos Que amamos e odiamos Que resistimos Nos os que não esquecem Somos nos amontoados de canetas e cadernos Somos um mundo dentro do outro Somos-nos Somos-nos Nos que somos.
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