
Janela na Tempestade
Data 07/03/2019 02:23:00 | Tópico: Poemas -> Amor
| Dia vinte e seis de outubro de noventa e seis Sob uma árvore, me protejo da chuva Mesmo que eu tenha o guarda-chuva, molho minha blusa Da janela do outro lado da rua, vive a musa Mal sabes que estou aqui, vendo-a tocar seu violão Notas que, em meio a fria tempestade, aquece meu coração Não sei diferenciar minhas lágrimas das várias gotas Acho que irei gripar se continuar com essas roupas Mas, não quero me mover, quero vê-la, só mais uma vez Quero abraçá-la em minha imaginação, mesmo que passageira.
A força do vento a obriga a fechar aquela janela A janela que de longe tanto admiro, que de longe vejo aquele sorriso Do outro lado da rua, com a janela fechada, está ela Bela, por quem me apaixonei naquele dia de céu aquarela Naquela janela está a minha porta para a felicidade Joana, abra a sua janela, diga que me ama Assim como já fizeste em meus lindos sonhos, doce dama.
Não se importe comigo, não estou com frio Só me deixe ficar te admirando, apenas para saciar meu vício Espero que você leia a carta que deixei à sua porta Espero que a rosa junto a ela não seque Espero que a tempestade não acabe, e que você continue aí Tocando meu peito com o violão.
Joana, creio estar um pouco tonto, minhas mãos estão pálidas Já amanheceu, meus olhos lacrimejam por não a vê-la da janela de sua casa Joana, aceite minha carta, ela é tudo o que restou de mim Com amor, o Tolo, fim.
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