Vida a caneta

Data 21/03/2019 13:23:28 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Vida a caneta
Não se apaga nem volta atrás
Vai-se a vaidade, a falsidade, a treta
Vida a caneta, pagas o que semeaste lá atrás.

Vida a caneta, castelos de papel
Vida a caneta, muros de betão
Vida a caneta, escondida em favos de mel
Vida a caneta, que cai prostrada no alcatrão.

Vida a caneta que não se deleta
Entre as brumas da bravura
Que nem o mais incauto dos inocentes deleta
Vida a caneta, vida de ditadura.

Queria eu que a tinta fosse invisível
E no seu âmago se permitisse cambiar
Vida a caneta, tortura irresistível
Tão irresistível deitada ao luar.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=342719