Morto vivo eu já sou ...
Data 17/04/2019 18:11:06 | Tópico: Poemas
|
Morto vivo eu já sou ...
Se só e rigorosamente de objectos Mortos se compõem museus, Morto vivo eu já sou, não estranho, Fui partido, deixados mil e cem bocados No labirinto em que me fingi preso,
Duvido que o vento teso Ou o sol do meio-dia, me encontrem vivo, Pois sinceramente me sinto morto, Pra vida que nunca quis ter... ... Eis quanto comum de facto sou,
Ao ponto de ter vulgar umbigo; Peculiar adereço em mim, o estar Sem estar, a dor sem hiato ou subtítulo, Desprezo de inglorioso palhaço de circo, Desses sem palco nem apreço,
Velhaco tecido a palha, pseudónimo-erudito E canalha com firma-reconhecida, mal pago Taberneiro, manhoso com ácaros nos Testículos e na mal-formada verga O sujo, besuntado a tinto e canja de
Galinha gorda, na barriga tatuo "marujo", Sem jamais ter raspado nos flancos Um batelão, nem de joelhos o convés, Contramestre da ignomínia, da infâmia, O coração, se pudesse, fugiria de mim,
Tão vulgar sou, sete sobre sete dias Suo que nem camelo perante o Alfage Mauritano, cerebelo de Sapo e Urubu, Pinta de fuinha, saio ao meu avô Garim, Morto externamente vivo ...
Joel Matos 04/2019 Http://joel-matos.blogspot.com
|
|