Sopros de um coração

Data 23/05/2019 15:28:24 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Não sei se pareço ou se existo
Não sei se ande ou fique parado
Se nem tudo tenho, e nada conquisto
Nada do que tenho e que conquisto é o mais sagrado

Ilusão, ilusória de meus pensamentos
Fantasia, fantasiosa de minhas memórias
Iludindo-me assim, ilusoriamente em momemtos
Fantasio, fantasiando belas histórias

Criança mimada com criançices
Criançices estimadas me embalam em sonhos
Criança mimada com traquinices
Criança mimada, pesadelos enfadonhos

Histórias almejadas em tempos de criança
Pesadelos vividos em tempos que correm
Se quem cresce, pouco ou nada alcança
Faço-me aos pesadelos, eles também morrem

Outrora personalidade em duas metades
E nuns dias até um pouco grosseiro
Se tendo virtudes e também maldades
E sem um dois não me sinto inteiro

Preciso dos dois pa' alcançar felicidade
E de nenhum deles p'ra viver encarcerado
Se quer um quer outro são a minha verdade
Chego ao comboio um pouco atrasado

Comboio vagabundo sorrateiro e matreiro
Vagueia pela linha e não sei seu destinatário
Antes de nele entrar deveria ter preguntado primeiro
Qual a sua rota, qual o seu itenerário

Se o maquinista for "experiente"
Nem tampouco me importa o caminho escolhido
Se o caminho certo é sempre pá frente
Porque raios é que em seu vagão não estou acolhido?

Mas não lhe dou o último sopro do meu coração
Preciso dele e dos outros pa' viver a minha história
E ofereço-lhe um papel principal nesta minha "fixão"
Escreva bem ou mal, mas que escreva meu guião.



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