OUTONO

Data 06/04/2008 16:43:46 | Tópico: Sonetos

Depois das chuvas veio o outono lento,
Beijar a face da terra molhada.
Num sopro frio, na expressão do vento,
Anseia o abraço a alma desfolhada.

Até ti viaja o meu pensamento,
Como o dia rompendo a madrugada.
Uma ventura tênue, um quase nada
Sintetizando o que me vai por dentro.

E na penumbra do teu quarto adentra,
Rodopia, pára e deita ao teu lado;
Grata surpresa a interromper-te o sono.

Então, despertas e no leito sentas,
Sentes meu corpo junto ao teu colado
E nem percebes o vento d’outono.


Frederico Salvo.



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