
Tudo
Data 07/08/2019 19:06:08 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Tudo tão nefasto, tão profundo Tão silencioso Como o oceano a perder de vista Tão trágico Na alegria do cego perdido Tudo escuro, tão surreal Como o pássaro que voa na alvorada De uma solidão qualquer Tudo tão estranho, tão assustador Como a estrela vermelha de uma bandeira Que não tremula no vento leste Daquela tristeza intrínseca Tudo tão caótico, tão sério Como o marinheiro olhando o imenso vazio Do qual está prestes a desbravar Sem saber se um dia retornará Tudo tão alegre, tão feliz Como o passear de um ancião Ante a correria de uma criança Em uma praça qualquer Tudo tão encantador, tão fugaz Como o sorriso da donzela Que não descobriu o amor E nem por ele foi amaldiçoado Tudo tão perfeito, tão certo Como a brisa da manhã Depois de uma longa noite de agonia Do jovem solitário Tudo tão apaixonado, tão louco Como o lobo na estepe Espreitando a presa ao longe Sem saber que está sendo vigiado Tudo é tão sem noção na vida Sem sentido algum Que apago de minha memória Tudo aquilo que me fez sofrer Tudo faz sentido Quando olhamos no espelho E não conseguimos enxergar o horizonte Que nunca, em tempo algum, existiu.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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