Pra'lém do sonhar comum ...
Data 12/10/2019 22:46:28 | Tópico: Poemas
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Pra'lém do sonhar comum, O essencial é não sentir comum demais ...
Pra lá do eu, meu coração é o sonhar meu, Tudo de resto é o fora de mim e o já agora, A solução é não sentir o comum demais e o Que real mais parece a mim, sem precisar de
Sonhos menos dúcteis, tão gerais quanto os Monstros mortos ou a dócil paixão, segundo os Logros vivos, como eles naturalmente sentem À hora do chá e às cinco, n'ametade de tarde
Certa, parada quanto um jogo de premissas Falsas, aleatoriamente bem verdadeiras, assim É a nata do leite puro, para não sentir comum Demais, a respiração aposta nas palavras tácteis,
Segundo uma dicotomia de escravo e seu dono, Não se tocam e quando acontece o sonho morre, Produzindo um som profundo embora leve, Difícil de explicar escrevendo, se nem por gestos...
A unidade mínima na escrita, é o desassossego E a solidão de quem escreve, uma anátema, Porque escrever é o complexo e não a virtude, É o erro e não o Graal que chamam de linguagem,
O ritual mórbido, que não há maneira de definir, Senão pelo exagero, pois não existem palavras Justas que definam o caos, a exegese do desapreço, O menos cómodo dos suicídios e o cativeiro,
É o agir contra nós próprios que nos torna Inteiros, embora estrangeiros em nossos fragmentos, Como se fossemos um armazém de cabides Desorganizados, onde penduramos fatos de outros,
Sensações anónimas e abomináveis, intervalos orgânicos De conversas que não desejamos nos curtos metros Quadrados desta nossa alma enviesada, cansada De colóquios e considerações de precisão volumétrica ...
(O essencial é não sentir comum demais)
Joel Matos 10/2019 Http://joel-matos.blogspot.com
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