
cadeira vazia
Data 22/10/2019 21:04:52 | Tópico: Poemas
| quando alguém me fala de morte, eu penso: terá paixão? depois se sei que morreu, ou quase: julgo, talvez fosse isso a sua salvação! talvez! e tento a viagem que não fiz na viagem que ele fez. que restou do seu passado? memórias nas linhas da mão? lembro os desencontros na hora de beber algumas digitais num copo suado uma cadeira vazia na esplanada do pensamento e é isto, enquanto o tempo verte um tanto de água musical e uma intenção só minha: salvar palavras em movimento, como que caminhando sempre junto a precipícios. e depois será que ainda bate o coração? se algo fica, é uma história apagada entre quedas e cicatrizes memórias do que não disse e os seus olhos calaram pergunto, agora, de novo, o que já sei por onde andou a sua paixão? talvez, no silêncio. sem acreditar, insisto. entrego-lhe uma romã, que promete abrir um dia destes numa dança temperada de luz anciã enquanto eu, cega me julgo sua, na minha paixão.
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