Acho que nunca escrevi uma crônica... (21/09/2017)

Data 27/10/2019 20:32:21 | Tópico: Textos

Debruçado sobre meu laptop (hoje mais lento do que nunca!), e tentando não escutar o barulho da construção aqui ao lado... resolvi refletir um pouco sobre as últimas semanas... E que semanas!
Talvez esta seja a minha primeira crônica; não levo em conta as brincadeiras que fazia na faculdade sobre as massas revoltosas ou o Partido dos Feios, Sujos e Malvados (heeh)... divertia-me com aqueles textos, mas infelizmente não os guardei.
Sem fugir aos clichês, aí vou eu...!
Não posso dar muitos detalhes... não seria justo...
Ainda não entendi a razão, mas alguém lá em cima resolveu brincar comigo; não bastava tudo que passei e tenho passado nesses últimos quase cinco anos: perda, mudanças, mentiras, falsidades... Num momento em que minha vida praticamente se desfez; quando todos os meus sonhos se perderam no tempo e espaço dessa minha existência vazia, inútil (quantas vezes já não pensei em abandonar tudo... em fugir... em morrer...); num momento em que percebi que não posso mais confiar em ninguém; num momento de total descrença da vida, da humanidade, eis que me apareceu essa pessoa... Não importa como, quem ou quando, e sim as consequências desse encontro.
Conheci, então, a garota mais maravilhosa do mundo! Perfeita: linda, inteligente, atraente... um verdadeiro sonho... aquele sonho do qual jamais queremos acordar... aquela pessoa que você quer ter ao seu lado a vida inteira... e depois também!... (não falei dos clichês!).
Bem me avisaram: “não faça isso, é só um jogo, não se envolva!” Mas como não me envolver, como resistir a tal encanto, carinhos, beijos... algo que nunca tive. – coloquei outra vez o disco do Sinatra: ‘A man alone’, meu companheiro de escrita...
Atraído pelo canto da sereia, julguei ser real o que nunca poderia ser real.
Eram tantas coisas em comum... outras nem tanto... tantos sonhos e promessas... momentos fugazes que me fizeram esquecer a dura realidade, essa vida insignificante a qual estou preso. Hipnotizado, pensei estar livre; pensei ter encontrado, enfim, aquela por quem sempre esperei... Posso até dizer que ela é uma versão melhorada de mim... no que temos em comum... e totalmente o oposto, no que diz respeito aos meus defeitos... o que na minha mente insana seria uma combinação perfeita; seria a combinação! Seria o grande encontro do Poeta... a união final e divina de dois seres que se completariam e se ajudariam mutuamente... dançando e se amando eternamente, ao som das mais belas melodias e, de preferência, bem longe desse cotidiano morno, e por vezes cruel... juntos não deixaríamos a vida nos devorar... Rá... – quem me embala agora é o sax de Stan Getz...
Doce ilusão... deu-me até vontade de ser uma pessoa melhor... sair da caverna... atravessar a janela... e encarar a vida de frente... ela era exatamente o que eu buscava, o que me faltava... falta.
Como esperado, meu amigo estava certo. Acabou... a realidade bateu. Serviu como aprendizado, reafirmou tudo o que eu já sabia sobre mim mesmo. As pessoas mudam? Creio que não; para o bem ou para o mal, somos o que somos do início ao fim. Aprendemos alguma coisa ao longo do caminho, desaprendemos outras, acrescentamos, entendemos, mas a essência é sempre a mesma... Destino ou Acaso...? fico com o destino... não adianta insistir no que já está dado... basta esperar... e agradecer os bons momentos... e torcer por outros tão bons quanto...
Não fossem as noites mal dormidas e as más refeições, esse texto poderia ter ficado melhor... sei lá... talvez o próximo fique.
Ei, nunca vou esquecê-la!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=346415