A Rua ao meu lado ou O Valor do riso...
Data 21/11/2019 14:09:53 | Tópico: Poemas
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A Rua ao meu lado,
Estou num daqueles dias em que nunca tive futuro, O valor do que fiz é o das coisas comuns, mau abrigo Como envergar um abafo desabotoado e tentar Sufocar o frio profundo, separado custo de franquia
Em outro qualquer artigo ou lote trazido duma amálgama De ferro de imóveis peças que vergo como veias, revisto- -Me do que aflige os outros, (mesmo os que têm fé) Não por mérito, mas para justificar o que poderia
Ter sido eu se tivesse tido o futuro que nunca tive, Se tivesse dito o que nunca disse, nem me adianta Valor ao esforço, o que digo, sem a mais-valia é minha, O caso da cal fresca sobre argamassa grossa, mal
Amassada, tosca, justaposta, assim é o meu riso, De certa forma humano pelo que escuto, e por uma Noção natural que é não ter futura vida, nem ser bem- -Vindo qualquer fingidor atento ao fraco talento
Que eu tenha, asseguro que nunca senti a falta Do futuro, a minha falha foi coabitar com o destino Numa promiscuidade miserável, abrigo cancerígeno Quanto a mim e eu sei, porque sinto o sonho morto,
O valor do riso é ouro e não o das coisas comuns, Sem futuro nem raiz maior que zero, o peso da lua É um mistério quanto o giz com que nua foi pintada, Sinto o futuro desligado, como luz não tem na rua,
Ao meu lado, um bueiro sujo, mal-cheiroso, imundo.
Joel Matos 11/2019 Http://joel-matos.blogspot.com
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