Murmúrios no cerrado
Data 10/01/2020 15:29:03 | Tópico: Poemas
| No cerrado quando o sol morre O céu explode em poesia e cor De cada touceira a luz escorre E a escuridão devora o fulgor No cerrado quando o sol morre
Nesta dualidade de alvor e breu Ofusca o fim do dia mais cedo No amarrotado arvoredo pigmeu De chão de cascalho e rochedo Nesta dualidade de alvor e breu
Da profundeza escura do céu As estrelas brilham o cerrado A lua num bailar tira o seu véu Deixando o crepúsculo prateado Da profundeza escura do céu
É a tarde saindo e se decompondo Os murmúrios do silêncio suspirando Pássaros nos seus galhos se pondo E o sossego invadindo o comando É a tarde saindo e se decompondo
No ganido da noite range a solidão Em pisadas fortes e frágeis sussurros Vagando pelos sulcados do sertão Riscando os sons com duros murros No ganido da noite range a solidão
Nos murmúrios do cerrado pálido A melancolia paira na obscuridade Se transformado num jardim cálido De fragrância doce e árida saudade Nos murmúrios do cerrado pálido
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado Abril, 2016 - Cerrado goiano
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