"meus dois dias,"

Data 01/12/2019 01:25:22 | Tópico: Poemas -> Sombrios


"(...)o coração em dois me partes. Jogai fora a metade que não presta, para com a outra parte serdes pura."

(Hamlet) Ato III, Cena IV












obliterar-te.. pelo ato da carne a descer-te o cadafalso!
por desejo e anseio do teu seio e do teu rastro em asfalto
desvirar-te.. qual exército de mílimetros e cirúrgica seta
porque quero arremessar-te longe da minha vista e época

lembra-te do teu conselho irreal por encenar-te e, para mim!
é acesso negado em conflito de alvo fixo, pois te cabe assim!
luta.. curta lebre da minha vista que mirei deste campanário..
impúdica! da curva em exílio por inflar-te ao teu corpo ajustado

ah, eu.. perdi-te rumo e já por cá, nem mesmo sei o que fazer..
desde cedo me conformo à asa que te tomba em crime dos olhos
não te ver e não te ter.. eis, me! qual demanda de açoite a descer

e, desce! é febre de lado e êxito por acesso que se rege por espólio..
da guerra gasta de todos os santos.. da união repartida por sonho vão
ou, espelho! algo por dois dias e um campo de centeio, e de ti.. não.






(foda-se..)




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