
PARADIGMÁTICO
Data 05/12/2019 15:44:53 | Tópico: Poemas
| PARADIGMÁTICO
Eu sou o melhor que posso Jamais quem devia ser. Talvez não vá merecer Senão outro olhar insosso Face ao que tento escrever. Todavia, sigo o exemplo Dado pelos poetas mortos: Manter-se d'olhos absortos Nas retidões que contemplo Em meus caminhos tortos...
Seguir o ritmo incorrupto D'estas frases bem medidas, Mais as rimas conhecidas Pelo fluir ininterrupto Das poesias admitidas No Parnaso Lusofônico!... Sim, pelos poetas d'antanho, Entre sozinho e estranho, Eu me fizera anacrônico, Tendo em seus versos mais ganho.
Ainda que incompreendido Em face de meus escritos, Eu penso que mais bonitos E mais cheios de sentido Quando miram infinitos Para acercar-se do humano... Sem mais razões para haver, Versos são vãos onde ser! Já não tenho qualquer plano Senão escrever a quem ler.
Sejam-me, pois, paradigmas As formas fixas antigas, Quer de esquecidas cantigas; Quer de insondáveis enigmas. Pois mesmo que com fadigas E muito incertos aplausos, Continuo olhando para cima Tendo aos antigos estima: Eu sigo a contar meus causos Com bons metro, ritmo e rima!
Betim - 04 12 2019
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