Dor dos meus jejuns

Data 18/12/2019 11:52:43 | Tópico: Poemas


No branco silêncio de um depois
fica sempre um cheiro de vazio
porque esse alguém, p'ra onde foi,
não levou a saudade nem o frio.

E lá na rua onde morava
oiço ainda o eco dos seus passos
o cheiro a rosas que deixava
quando nos envolvia nos seus braços.

Às vezes, fechando os olhos, vejo ainda
aquele olhar que nos trespassava
e oiço aquela voz que nunca finda
dizendo o quanto nos amava.

Eram gestos, palavras incomuns
que ao fundo da infância davam paz
e fiquei livre da dor dos meus jejuns
minha alada e adorada Monsaraz!

Ricardo Maria Louro
Na casa do Outeiro
em Monsaraz


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