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 Gênesis do AmorData 08/01/2020 18:49:47 | Tópico: Poemas
 
 |  | Parte I: O " Amor Velho" 
 Eram duas entidades primordiais:
 Kháos e Gaia. Nem mais um til.
 Tudo era vazio, feio e frio demais
 Quando, dum impulso, Eros surgiu.
 
 Era Eros dotado de uma rara beleza.
 A Divindade Celestial tinha um plano.
 Do broto do desejo das suas profundezas
 Terra-Gaia gerou o Céu, chamado Urano,
 
 Cuja única atividade e objetivo era sexual.
 Passava todo o tempo deitado sobre Gaia.
 Assim sendo, a Terra sempre engravidava,
 Mas na noite contínua, Gaia gerava mal,
 
 Pois o Céu mantinha uma forte persistência.
 Gaia não podia dar à luz aos seus rebentos.
 Urano sobre ela durante todo precioso tempo
 Não deixava espaço algum para outra existência.
 
 Então Krónos, ainda dentro do materno útero,
 Decidiu enfrentar a insatisfação do Pai Celestial:
 Com uma foice, dada pela mãe, cortou o órgão sexual
 Do Céu quando este penetrava Gaia: Ouviu-se o urro
 
 Que ultrapassou os muros, montes, colinas e as serras,
 Obrigando o Céu a se separar de Gaia, a Mãe-Terra,
 O que, para ela, foi um voluptuoso e majestoso alívio.
 Abriu-se o espaço para que nascessem todos seres vivos.
 
 Parte II: O "Amor Menino".
 
 Krónos atirou o membro paterno nas águas do mar
 Cujo esperma misturou-se a marítima e leve espuma
 E dessa combinação pudica, única, mágica e espetacular
 Nasceu Afrodite, ou no latim vulgar, Vênus, a deusa una.
 
 Feliz da vida ficou a Terra, também chamada de Gaia.
 Afrodite, ao sabor das ondas espumosas, chegou à praia.
 Dos seus rastros na areia, das suas pegadas, se não exagero,
 Nasceu o Cupido, Nasceu o Amor, O menino cego, Eros.
 
 
 
 
 
 
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