Sintonia
Data 17/01/2020 15:27:00 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| Tomo do silêncio de instantes de lucidez nas pedras da memória Para dizer da chegada de uma aurora mágica onde não há medo Onde não se cria nenhuma interrogação, com sua frieza de aço E também os mortos não estão nas paredes cinzas como já se viu
Falo desse tempo inaugurado depois que o vento varre as folhas O que faz todo sentido pois é primavera, o inverno afinal partiu É tempo de se lidar com o que vive, é tempo de viver por inteiro É tempo de despedir-se da solidão, dos inúteis desafetos diários
Tempo de dizer olá, de abraçar, de surpreender a paisagem crua E às dores, acenar com um adeus desuado até então, reinventar Em meio a todo silêncio, que outrora me acanhou, semeio flores Todo amor que um dia se resumia em ausência ora está presente
Reneguei a angustia de más horas, ao som de tropéis de retorno Juntamente com outras coisas inúteis que me foram impingidas Que um dia cunharam os desvãos na alma, dentro do amanhecer Reunindo noite adentro muito mais que só a esperança possível
Agora a luz desta paixão faz-se urgente na tua presença querida Nossos corações reunidos em sincronia, a pulsar, nas ruas febris
|
|