APELO

Data 03/03/2020 15:12:42 | Tópico: Sonetos

APELO

Eu, que nunca te quis senão amante,
Como posso querer-te agora amiga?
Temo que simplesmente não consiga:
Tenho-de me fazer de ti distante!

Não peças que te veja tão radiante
E finja não sentir a chama antiga…
O que a civilidade nos obriga
É que cada um de nós se desencante.

Quero sigas os mais belos caminhos
E que de vez em quando meus carinhos
Recordes com saudade e com desejo.

Melhor eu me afastar enquanto posso,
Que t'esconder o ardor quando te roço
Ou não dizer te amar quando te vejo.

Betim - 03 03 1992


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=348479