
O Mundo de Ponta Cabeça
Data 24/03/2020 15:44:16 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| De repente quase tudo parou Há um silêncio nas ruas Não ouço o barulho dos aviões, trens e ônibus Agora só ouço os pássaros a cantar na minha janela. Cidades desertas, bares fechados Casas noturnas em silêncio E as pessoas em suas casas Algumas com medo do que está lá fora A ameaça que ninguém pode ver Mas que ceifa vidas Sem escolher se é pobre ou rico, Branco ou negro Homem ou mulher… A única diferença é que a morte Prefere os mais velhos e doentes. Ao notar o silêncio das ruas Nos perguntamos se era mesmo preciso uma pausa… Parece que sim. A vida frenética do mundo moderno Tinha que parar mesmo uma hora. Para dar fôlego ao planeta. A terra não suporta tanta exploração. Durante esse período de confinamento Haverá uma queda considerável na violência, Nos acidentes de carros Nas brigas de bares… Uma pausa para as pessoas refletirem sobre suas vidas. Em suas casas Às pessoas terão mais tempo Com suas famílias, Seus filhos, Seus pais… Alguns em suas casas poderão ler um livro, Ler a História E saber que não é a primeira vez que isso acontece… Pode ser que descubram Que se pode viver sem o futebol, Sem os shows E sem as festas Que envolvem bebidas, drogas e sexo desenfreado… O mundo está de ponta cabeça Se autodestruindo E era preciso uma pausa. Um minúsculo vírus É capaz de colocar a terra em seu eixo natural. Governos devem agir, Tomar medidas Fazer alguma coisa. E a morte espreita lá fora. Passando de um para outro No toque das mãos, no abraço. E de repente se percebe quem são os verdadeiros heróis Os profissionais da saúde, Da segurança, Da ciência… E não jogadores de futebol ou pilotos de Fórmula 1 Que ganham milhões de dólares. É. De repente percebemos algo diferente O mundo irá sobreviver a mais essa pandemia. Já sobreviveu a Peste Negra A Gripe Espanhola e outras epidemias… Mas, o mundo não será o mesmo. Com a descoberta da cura para o Coronavírus E das homenagens aos milhares de mortos Que não puderam ter a sua despedida… O mundo continuará a sua marcha E tudo isso só será mais uma lembrança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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