A um Deus pouco divino ...
Data 24/03/2020 20:49:29 | Tópico: Poemas
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Quero que nunca mais desponte o dia Em lugar nenhum do mundo, pra que eu Durma desperto, dividido entre o que conheço E o que lembro e o sonho intimo, profundo,
Divino de ser tudo quanto a minha vista vê e Reconhece como sendo o que existe, tudo quanto Há e em mim mora, pois de Deus não sei nada, Quero que nunca mais desponte o dia,
Enquanto eu viro outro mundo em roda na procura Da cura pra este de que se esqueceu um Deus Pouco divino, entre Ele e eu não há concílio Moral ou o que afirmam ter sido, a julgar
Pla ausência de fé, nem é lei nem dá prisão, Tudo "coisas" só, o resto são crenças entre Tu, Nós e o mundo lá fora, já nem sei se quero partir Ou chegar, pensar e sentir são opiniões diversas,
Nada mais que rostos de trinta mil máscaras, Sinal que é fácil trocar palavas por ensejos, -Gestos são oposição de polegares, expressões Ventrículas tal como o bocejar barroco
De um retábulo não longe nem perto, em Moscavide, é como me sinto, ignorado em Ponto cruz, deserdado de magia na iris, Num mundo onde salva tem gosto a malva,
Mas ainda com raiva d'fogo uso a palavra, Uso a palavra magia quando olho Nos olhos Teus, sendo eles azuis d'mar Invento o uso, quando não sei de cor as cores
Do arco-íris, do vento acariciando a cevada, O sentido e a boca me envelheceram, sim, -De tantas palavras gastas, nem todas Com gosto a salva e a sim, e a nada …
A um Deus pouco divino …
http://joel-matos.blogspot.com Joel Matos (Março 2020)
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