
ÚLTIMOS SUSPIROS
Data 05/04/2020 18:18:43 | Tópico: Poemas
| Minha alma pranteia num cosmos doentio Ultrajada pela desfaçatez dos homens! Sobreveio pela superfície vírus que consomem As consciências e, as inconsciências, sem estio, Se digladiam à mercê de politicalhas podres Que enlameiam dignidades humanas com dissabores
Mefíticos os quais enojam a vida sem precedentes... O instante requer equilíbrio, mas apenas picuinhas Peçonhentas se alavancam em forma de piadinhas Em que joio é trigo, trigo é joio dentro das mentes Que, egoístas, não lutam por um ideal comum, Contudo produzem escândalos sem sentido algum.
O planeta está enfermo! É hora de metamorfose... Deixem-se de lado as economias e as ganâncias, Enterrem-se as reflexões políticas, as circunstâncias São imprevisíveis para o amanhã... Intensa escoliose Desconhecida invade as nações e a falta de bom senso Há de consumir, sem piedade, a todos, sem incenso...
Vivos, os homens podem erguer um novo mundo! Mortos, dissipam-se ideais e o orbe ficará deserto... Estender-se as mãos é o que há de sensato e correto A fim de que se salvem deste anátema profundo! Que os partidos e as crenças sejam um só hemisfério E, então, milhões de seres possam fugir do cemitério.
São os poetas os profetas do mundo moderno! Através da arte, a palavra é isenta de partido Para que a mensagem possa ter o teor bem definido E arrebanhar do homem o pensamento incerto... É a vereda auspiciosa da existência sem utopia Que traz o bálsamo da inspiração e da alforria.
Ainda há tempo, mas as horas urgem cronometria! Por isso, minha alma pranteia aos corações sórdidos Imantados de ilusões! Transformem-se, extirpem os mórbidos Prazeres e, uníssonos, retratem-se desta ignóbil fotografia Que põe em risco a sobrevivência humana sobre o planeta E que, no final, possam todos voar como colibri e borboleta!
DE Ivan de Oliveira Melo
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