
Naquela Campa
Data 04/05/2020 14:14:00 | Tópico: Poemas
| Há um poema cansado Nas rimas do meu sofrer Mais um momento marcado Pela vontade de morrer.
Há um silêncio que agito No fundo dos meus sentidos E o meu poema é um grito São meus sonhos perdidos.
E o que ficou do que fomos Está preso ao fado, à poesia P'ra mim seremos e somos Aquele amor que eu sentia.
Aquelas horas tão nossas Só eu as guardo no peito Talvez também 'inda possas, Lembra-las tu ao teu jeito.
Naquela campa tão fria Deixo uma rosa e um beijo Que a Musa desta poesia Fica virada p'ro Tejo.
Ricardo Maria Louro
(Poema escrito pelo Poeta junto ao túmulo da sua sua Inspiração, Celeste Rodrigues, no Cemitério dos Prazeres em Lisboa, no talhão dos artistas, virado para o Tejo)
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