Pas de deux

Data 17/05/2020 20:28:46 | Tópico: Poemas

Ouvi meu nome
nos teus lábios.

O amor deu-me
a luz e a visão
que podíamos
ter conhecido
antes de florir.

Atravesso
a noite
neste
poema.

Meus olhos
são diferentes
quando
desfaço-me
de mágoas.

Conduza-me
à luz dos bosques.
Esqueça palavras
deserdadas
pelo tempo.

Tantas foram
as sobras da vida
esquecidas na rua!

Somos pelicanos
desajeitados
na tempestade.

Sinto-me
na iminência
do encontro
daquilo que fui:
troco a alma
antes
do aplauso.

O vento e o mar
viram nascer
montanhas
e homens.

Gerações
reclinaram-se
entre árvores.
...
A existência do poeta
transborda amor.

O que é imenso eterniza-se.

Estamos
à procura
de laços.

Deixo-me embalar
nas águas aquecidas
no firmamento.

Há coisas
que só compreedemos
quando a música
nos surpreende.

Vozes
amortalham
no deserto.
Devolvem
corpos
à terra?

Nada trago comigo.
Não me peças
a contagem
do tempo agora.

A presença divina
está em cada
ser humano.
Conheça-se.

Há tanta ternura
na tua memória!
Viva delírios
e lucidez.

Caem as folhas
no destino que
nos assalta.

Palavras
guardam-se
no silêncio
do vento.


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