Outono e meio
Data 22/05/2020 14:51:49 | Tópico: Poemas
| As calçadas me iludem, Entre o risco perfeito das paralelas e o mosaico; Nos morros, As casas amontoam-se empurrando o verde, Sem a costumeira ansiedade do meu bloco de notas, Onde as palavras se perdem...
Mas a certeza logo virá, Imergindo com tristeza na passagem de morte desse dia. É outono e meio, E o sol que cerceio passa, levantando a poeira. Uma pobreza familiar me acolhe, Vendo na simplicidade a nobreza da nuvem guardiã, temperada de rubores, Despedir-se do azul... Corro, enquanto ainda ha tempo de beijar as flores, Meu desafio é voar nessa manhã.
Devias vir e recolher-me mais uma vez, Embalar meu coração quando pintares aos meus sonhos, Como se fosse o sonho dentro do sonho de outros sonhos...
Devias vir comigo colecionar estrelas, Até percebê-las entornando na aurora uma doce canção, O sabor da amora, E as cores, então, apaixonadas de amor, Esperando encontrar,mais uma vez, os seus lábios.
“Se você ama uma flor, não a colha. Porque se você o fizer ela morrerá e deixará de ser o que você ama. Então se você ama uma flor, deixe-a ser. O amor não se refere à posse. O amor se refere à apreciação”.
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