O último autocarro

Data 11/06/2020 11:26:19 | Tópico: Poemas

Apanhei o último autocarro
E parti,…
Sem olhar para trás,
Porque o tempo também não anda para trás,
Quer por ciúme ou mágoa
Mesmo que se recue em passos largos de dança
Com travagens bailarinas
Dentro dos autocarros.
Apenas segue,…
Assim sigo eu,…
Por entre os temporais e as calmarias
Como um cigarro que se fuma
Massacrando os pulmões,
Ou, um sorriso que se dá
Alegrado o coração do outro.

“Tentando” o germinar da segunda.

Sim. A memória vai comigo,
Lá guardo os vulcões, ou as serenas tardes
De diamantes por lapidar.
Os vinis, as cassetes, os pirilampos das noites quentes de luar.
As lágrimas alegres e as que me fizeram entediar. As noites prenhes e as funestas da vida
Até posso descrever, ler e criticar o tempo passado,…

Falar o que sinto dele,…

Mas, mesmo que os dias acordem escuros e enrugados tento sempre entender e renovar
Com compreensão, um esticar de mão ou uma conversa
amiga
Que acabe em entendimento, cresci o suficiente

Para um sim ou um não, ou um perdão.

Por mais que o tempo me massacre, não guardo o ódio dentro do meu coração.




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