O avesso do espelho…
Data 23/06/2020 11:04:33 | Tópico: Poemas
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Basta querer eu alguma coisa pra que morra por ela mesmo, Assim o respeito que tenho por todos, pior que por mim próprio, O estranho é que, na classificação que me dou, baixa e “fascia”, Não me caibo, nem me basto de afirmar pra ser respeitado, Sou suspeito da dupla significação no que digo, penso e faço,
Dispenso qualidades alheias, sobrevivo do instinto como se fosse Eu uma industria de criação própria, pouco original e o mercado De interesse fútil, decorativo painel de “moiral”, moral opinativo A duas dimensões, para parecer ser escabrosamente humano, De compleição estéril, assim o respeito que tenho por outros,
Simplesmente porque o sol se põe a leste e não a oeste dos Ombros desses, meses sem conta, sem autenticidade e enquanto Os pulmões virados de latitude ao norte, os rins apontam, Tal qual a minha atitude perante Deuses que desconhecem Pelo cheiro a natureza das flores e a dor dos opinados ciprestes
Altivos. A respeito das sensações próximas, pouco há a dizer, A não ser o que falhou, loucura seria afirmar-me como a metade De cá do destino, pois se morrerei como tenho desde sempre Vivido, sem respeito por mim próprio e muito menos pelo Próximo. A Ode Triunfal é um mito longe do Arco do Triunfo,
Assim como o crucifixo não é símbolo apropriado num ateu, A propósito de proficiências mágicas e alquimias sulfúreas Complexas, subterrâneas galerias onde tudo se paga em metal, Basta querer na ruína e na morte pra que haja submundo, Não se aplica a sombra ao vazio, nem se explica o vazio,
Ainda assim respeito a urgência e a insurgência senão Como velcros da ilusão na mudança, odeio as maiorias e as Fórmulas hierárquicas monogâmicas erigidas num padrão, Respeito a emoção se for natural e não em função do estilo, Digo o que penso e o riso é uma possibilidade lúdica ela mesmo,
Antes que morra e a espontaneidade em mim afunde, como Um prego e a variedade de sentir, a mecânica do espirito O desassossego místico, necessidade vital e suprema de dor, A aceitação sem submissão, sentindo como bafo no espelho Do que estou falando, o que estou dizendo e o avesso …
Jorge Santos 02/2020
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