Rua dos Douradores 30 …
Data 28/06/2020 12:07:54 | Tópico: Poemas
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30 November 1935: “I know not what tomorrow will bring”
Sei-não,
Me encantava Durban no princípio, agora não, Me encanto no vento quando passa p’la clarabóia E depois quando parte pra “não-sei-não”, Ofélia Pode talvez sentir real, eu não, as rosas régias
E na alma geral o vento, general Zulu do rumo, E a vontade pra que me mude de onde cenário Sou pra onde, sentido eu, passe sentindo estar Não sendo, quanto suspiro, perfume a navalha
Do tempo que falta, sei-não, fumo Cannabis, Absinto, Me encanta, na emoção o vento, a Seda-Hume, Assim me cantava Durban do solstício, a emulsão Do tempo escasso, na respiração o íntimo ronco,
Agora não, não venta faz tempo, partiu logo-logo Para “Sei-lá”, o vento, sorrindo da ironia ao dolo, Depois mudei… renuncio ao vento, serei a estátua Que se mudou do nunca pra jamais, da praça Natal,
Para a rua dos fungos e dos ofícios pobres, Tecelões do “aonde-morro” onde morreremos Todos, monótonos e desnecessários, vãos De escada, refractários, rebeldes do sono,
Me encantava Durban e nem sei explicar se Da alegria na guerra ou da paz de um logro, Pois que agora não, o facto é que me creio Prisioneiro, contrabando de ouro falso, um
Não-ser, do Chiado à Rua dos Douradores 30, De onde nunca saí eu e o asfalto que me sai Da alma, a qual deixo aberta, pois o sentir é Para mim uma gaiola com uma gaiola dentro…
Joel Matos 11/2019
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