MIASMAS

Data 29/06/2020 17:05:52 | Tópico: Sonetos

MIASMAS

Os eflúvios noturnos d'ares sujos,
Oriundos de cloaca mal cheirosa,
S'espalham pela noite tormentosa
No visco de nojentos caramujos.

A tasca nauseabunda dos marujos.
Empesteia a ribeira onde andrajosa
Alguma sifilítica 'inda goza
Outro cancroso amor co'os ditos cujos.

O zunido voraz dos pernilongos
Lhes ressoa à cabeça em hora vária
Ao banzo de lembrar distantes Congos...

Maus ares: Mosquitada temerária
Que traz de longe por tumbeiros longos,
Febre amarela, dengue e até malária.

Betim - 29 03 1994


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=351345