CANTO SOLITÁRIO

Data 03/07/2020 01:47:22 | Tópico: Poemas

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Entre o brilho nas bordas dos castelos prateados,
onde brancas nuvens dançavam, pousadas
nas negras pedras da montanha de sopé com cerração...

Meus olhos viram;

raios fantasmagóricos rasgando o céu,
rompendo em esplendores dourados de sol
inda morno e sonolento...

Hoje choveu de manhã;

a mata alta ainda dormitava, havia o verde na penumbra
iniciando o chilrear da passarada, destaque; o canto do bem-te-vi.

Sempre ele, o Bem-te-vi!

- bem-te-vi... bem-te-vi...bem-te-vi...

E o sol deslizava manhoso!

Na mata breu, o verde nasceu molhado porque choveu...
Choveu, molhou, inda assim coloriu;
coloriu depois da alvorada, amanheceu...

Sorriso de pouco tempo...então;
O sol nasceu, cresceu!...

O sol ferveu, secando o verde da mata,
queimou. ardeu, e a passarada morreu;
morreu toda a passarada na terra que não mais choveu...

Sofri, sofri, quanto sofri, pois a seca não cedeu.
Só mais longe é que choveu...

Voltou o verde da mata breu; não voltou a passarada,
mas um canto me fez sorrir; um canto só meu.
Ele voltou, não morreu! Não morreu o Bem-te-vi.

- bem-te-vi... bem-te-vi... bem-te-vi...

...olhar interiorano



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