ONÇA
Data 04/07/2020 14:16:39 | Tópico: Poemas
| Forjo no sol o meu sangue... Tal qual onça bravia... Que ao acordar em mais um dia... Fazendo-se de morta... Aguarda o coveiro... Em uma cova...
Em meu castelo... Desse chão... Ando pelas pedras encantadas... Meu caminho... Um sonho perigoso... Que trilho sozinho... Minha jornada...
Em noites perigosas... Quando a lua se faz vermelha... Nessa magia ardente... Consumo o que vejo pela frente...
Presinto o que há por vir... Será que mais alguém vê e escuta? Será que somente eu... Na vida, essa peça... É o meu papel?
Ventania me agita... E em meus olhos... Um duvidoso brilho reluz... Dias e noites me envolvem... Continuando minha ronda... Vendo um mundo oco... Pensamentos de quase um louco...
Sem lei, sem rei, sem repouso... Me acho... Andam vultos pelas estradas... E pelas calçadas com vultos... Eu ando...
A teia do destino... Não há quem corte ou desate... Viver ou morrer... No meio... Um impasse...
Se um anjo tocar a corneta... Me chamando ao encontro divino... Levarei comigo.. Todas as glórias que hoje sinto...
Enquanto em mim o fogo clamar... Sempre terei abertas minhas asas... Jamais deixarei... De como menino sonhar... Jamais deixarei... De como livre poder voar...
Meu chão, minha cor do amanhã... Meus desejos, dores e coragem... Pelejando diariamente... Para minha vida ... Não ser só uma miragem...
Dizem que tudo passa... E o tempo cruel esfarela... Enquanto Deus assim querer... Minha luz ... Não será quimera...
Hei de pulsar o amor... Até mesmo na escuridão... Amar para mim não é um devaneio... Não é ilusão...
Não me veja como um falso profeta... A sondar o inimaginável... Sou como qualquer pessoa... Vivendo meu fado...
Busco a estrela que me chama... A luz que acende o sol... O vôo do beija-flor... Na vida... Um pouco de amor...
Por tudo isso... Meu espírito nunca há de envelhecer... Sou contra a morte... Nunca hei de morrer...
Sandro Paschoal Nogueira
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