Thomas
Data 13/07/2020 18:10:11 | Tópico: Poemas
| Thomas
Folha-tela de computador em branco aguarda algo. O que será? Penso. Penso. Repenso. Um clarão vibra em meu ouvido. Escuto-o. Diz, sorrindo sem dentes, que não devo pensar. Refletir apenas.
Tecla negra com sua negritude quase branca digita algo. O que será? Analiso. Analiso. Analiso. O mesmo clarão grita em minha boca. Espanto-o. Diz, chorando sem lágrimas, que não posso analisar. Escrever apenas.
As pontas de meus dedos somente sabem dizer: “Digite”. Então, vai. Diante da noite, o gato está eufórico. Mia alegremente. Sente-se livre. Corre. Pula. Mia. Pula. Corre. Pula. Dorme no sofá. Pula. Sorri. Pula. Arranha a palhinha da cadeira. Derruba o vaso. Não tem importância. Era de vidro.
Sua imagem está aqui, acolá, ali. Em toda parte. Sua presença somente meu coração saudoso pode sentir. Mudou-se desta residência, desta rua, desta cidade, deste Estado. Levou a alegria matutina de abraçá-lo e pegá-lo atrás da porta da cozinha.
Meus sentimentos se incomodam com sua ausência. Meu querido Thomas.
Será eternamente nosso bichinho de estimação. Apesar da ausência dolorida.
Restam nossas lembranças e seu cheirinho do banho tomado impregnado em nossas almas. Aos nos reencontrarmos daremos muitas risadas.
Alexandre Sansone
26.06.2008
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