
Agosto
Data 15/08/2020 05:00:25 | Tópico: Poemas
| Os dias seguem sem se dar conta que é inverno Nas flores plantadas no silêncio do abandono Por todas as esperas legadas ao esquecimento Por todos os mistérios dessa brisa avara de luz Em que acresço as tardes aos pedaços de mim E o almíscar que se espalha de auroras eternas
Traço estes poemas descalços além dos sonhos Onde a melancolia refulge em todas ausências Neste pomar de minhas desilusões infrutíferas Na alvenaria bruta destes caminhos esquecidos Se vão horizontes sem céus e sem o alvor ciano Grito no meio da tarde a palavra que não dorme
Uma face salienta na fresta ardente sem retorno Na madrugada de chuva fria e veste de lucidez Resistindo na voz escura e dilacerada da poesia Na acidez da vida de meus dias sem data e idade Em meus mortos indecifrados, contrasta o cinza Uma estrela deserdada é morada de meu coração
|
|