DOSSIÊ ABUSIVO
Data 19/08/2020 03:15:37 | Tópico: Poemas
| Há um oceano de ingratidões que pairam na atmosfera, Soluços íngremes tapeiam todas as retas dos sonâmbulos E eu, amordaçado dentre as nuvens, enumero os ângulos Por onde paralelas e perpendiculares darão cor à favela.
Há um batalhão de perguntas sem respostas pelo espaço, Sinistras gargalhadas sorvem o néctar nuclear das horas E eu sublevo-me perante as “n” estrelas que se enamoram Pelo diocesano firmamento encarcerado pelo marca-passo.
Há inúmeras vitrines que fazem desfilar a moda sem átrio, Os vulcões cósmicos lançam lavas de teor quase arbitrário Sobre as encenações que a metafísica sempre se desfigura...
Há caramanchões líricos diante das trovas que se recitam; Do mar, veem-se dilapidadas as ondas que estão parasitas E, na areia, os ventos sopram poeira sobre a vida de usura!
DE Ivan de Oliveira Melo
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