
Flores e Espinhos
Data 16/10/2020 02:45:26 | Tópico: Poemas
| O amor nos despe das aparências para reinventar a inocência no mundo O farol indica o rumo meio a escuridão de meus pensamentos sem rima Nas sombras de outrora não há assombro ergo meus olhos ao horizonte À sombra do salgueiro na terra, meu olhar de ave reflete o gume da faca
Eu sou aquele o que concebe os próprios campos de rosas ou espinhos Afinal tudo é uma cousa ou loisa e que vem por temer o esquecimento Falo e penso, vezes como se morresse outras como ainda fosse acordar No meio ao terror informulado que há, lá ao fundo, à margem dos dias
Porquanto, tudo se ilumina e acenamos, pois, adeus aos dias inverniços Inobstante ainda umedeça os lábios com a língua, já chega a primavera O tempo não tem mercê e a palavra calada é como espinho na garganta Aí a desenho no papel com um quê de delicadeza e outro de ferocidade
O poema fala do viver, fala da morte, fala do mar e fala da arte do amar A terra fica úmida e álgida pelas alamedas reluzentes sob o céu da noite Enquanto uma estrela perdida entre outras milhões lamenta seu destino Insciente de seu brilho único: Como o amor me encontrará entre tantas?
Basta de paredes é hora de construir pontes sobre os rios e ir adiante Há alguns sorrisos presos dentro de mim, há mesmo alegrias recônditas Não há caminhos curtos ou cursos fáceis tudo é luta e é o que há a fazer Para escapar da insânia criamos verdades fictícias e mentiras fidedignas
Não serei profeta do tempo nem gestor do destino na exatidão do caos Somente sigo pé no chão fiel a minhas escolhas esperando a esperança Transformo a dor em poesia para sobreviver dia a dia a tantos espinhos Na energia pulsante da palavra cunhei este rosa-poema para te oferecer
Como um pássaro reconheço em ti a única árvore para fazer meu ninho.
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