"escuro dos imperfeitos,"

Data 03/12/2020 02:04:09 | Tópico: Poemas -> Intervenção


"Com estas flores pensava, doce donzela , adornar teu leito nupcial e não espalhá-las sobre tua sepultura."


(Hamlet) Cena I, Ato V







Qual dádiva da exceção, qual intento!
Por nivelar o sol da sua boca ao meio-dia
Por acrescer o seu impacto do que te invento
Eu te concluo! À uma página lasciva, arredia

Ouve meu berro que te insulta por aproximação
Serve ao meu conto no escuro dos imperfeitos
Eis o que sou: apenas o meio! Apenas, o não.
A consequência inata deste pecado sem leito

Eu deito, meu amor.. às suas fases desiguais
Eu te adiciono aos meus métodos rasos, letais
E eu corto o seu nome por meus dias frios

Eu te renego em água turva que te seguiu
Até o término do mundo que desprendo
Até a curva da estrela de amanhã, por exemplo.





Até que eu reine sobre si..













...













(epílogo)


"(...)Eu reconheço o apelo que devolvi

E eu desabo entre cenas desiguais
E eu caminho sob telas sem finais
Não há o retorno! Só o caos, e aqui."





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Inédito,



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