ONZE DE DEZEMBRO
Data 12/12/2020 18:40:08 | Tópico: Prosas Poéticas
| ONZE DE DEZEMBRO
Lidar com o desamor é ruim, que nem roçar um beco com enxada cega!
Deixar de gostar é revirar o coração, uma desnatureza confusa e doentia: Não querer quem tanto se quis. Sempre dar um passo para frente em direção ao novo e, logo após, um tropeço.
A gente cai no chão de mal jeito e fica parado olhando o futuro que não vem e o passado que não passa.
A gente fica.
Às vezes acontece de topar com o outro e é estranho: A amada distanciada se torna nada. Sua presença nega o amor que dói na saudade da solidão.
Não. Não. Não. Não é nada mais em nunca nem ninguém.
Não há tempo nem espaço no desencontro. Já deu! Resta apenas a armadilha de se acostumar ao vazio e desejar que acabe o fim.
Aqui não se diz que o copo está pela metade, sim que está por meio, não importa se está meio vazio ou meio cheio, ou meio a meio... Importa é ser honesto com os desejos e admitir que se quer mais ou não.
Se carecer, sirva-se outra dose e até se abra outra garrafa. Miséria pouca é bobagem, haja vista que existir é se debruçar sobre o abismo e dizer não à morte dia após dia.
Acabou? Abra-se outra e outra!
Betim - 2020
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