Por um ténue, pálido fio de tule
Data 16/12/2020 00:04:57 | Tópico: Poemas
|
Por um ténue, pálido fio de tule
Em cada dia que me aconteço, suspenso, Nimbo d'mim mesmo, me convenço que os Símbolos têm alma própria, a vida é breve E os fios, enigmático tecido e pele Como sejam de um genuíno ser vivo, aviso
Num ritual iniciático, conduz-me devagar Igual a linguagem de espíritas, em lume ocre O que fica cerzido, o oráculo dos mortos, A razão das coisas vivas, siglas em seda, Da existência, do fim ao começo, profecia,
Entendimento, uma presença no limbo, O juízo do cosmos, as cordas e o espaço/ Tempo, o privilégio da alma, cifras são caules, Rituais de visionário quando Omega antecipa O Alfa, a linguagem do Indo, de quem
Não possui corpo, aspecto, uma Sibila Sem focagem, imprecisa e ténue, singela E dispersa no ar, toca-me e sinto-a tocar-me, Entra por mim adentro, sedenta, desconhecida E sem pedir licença, por direito natural breve
De "quem-me-dorme" e me acorda, ao-de-leve Por um ténue, pálido fio de tule, convida-me Em sigilo e silêncio, depois nada...mais nada E nada mais foi ou será visto, pronunciado Por esta boca, este lábios, estas pálpebras.
Joel Matos (15 Dezembro 2020)
http://joel-matos.blogspot.com https://namastibet.wordpress.com
|
|