
Toda forma possível do amor
Data 25/12/2020 13:20:09 | Tópico: Poemas -> Saudade
| Sentir a brisa da manhã ou olhar o pôr do sol Onde o vento possa levar os pensamentos Longe de qualquer ilusão que possa sufocar a alma Nem mesmo os parasitas podem sobreviver Quando as árvores olham os fios nos postes Se vê a solidão Um girassol pode até olhar o poente Sentirá eles a alegria estampando em seus olhos? Nas pequenas casas isoladas da montanha Se pode ver o horizonte Nem mesmo a noite mais longa Pode tirar o sono do apaixonado Que vê nos sonhos mais lindos a imagem mais bela do amor. Mas os fantasmas aparecem E ouve-se o canto dos pássaros despertando a manhã E haverá a oportunidade de se ver aquele olhar outra vez O mesmo que fez seu coração parar subitamente Como se fosse o barco a chegar na margem No destino final de quem ama Sem saber que o sol brilha outra vez Nos campos floridos do cerrado na primavera Onde o amor sempre pousou como uma borboleta. Sol e chuva não podem alegrar Quem quer apenas sonhar Sem poder esquecer o amor de sua vida Que atormenta suas noites sombrias Pois já não há mais a esperança de outrora Quando até o silêncio lhe fazia companhia. Inútil sacudir as folhas orvalhadas da saudade Que insiste em arrancar a paz do coração Onde parece ter uma linha amarela que não consegue cercar Nem ofuscar a memória daquele amor tão fugaz Como o sol a brilhar nas manhãs de outono. Você não poderia ter ido dessa forma Não antes de conhecer Toda forma possível do amor. A solidão é como um parasita Que corrói a alma triste Arrancando-lhe a última esperança Até da árvore que retém os seus frutos Quando ouvem os sinos badalarem na torrezinha da vila Onde ela caminhava inocentemente E seus cabelos voavam com o vento. A flor vermelha cresce silenciosamente E a saudade faz companhia Oscilam-se os sinos sem ruído Agora está tudo muito quieto E também não vejo mais nada! Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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