Clamor do tempo e templos

Data 29/12/2020 16:01:35 | Tópico: Prosas Poéticas


Juntem rosas
E longe das tochas,
Deixem brilhar pétalas
E estrelas,
O caminho é longo.
No estrado de pedra e fogo,
Só existem lágrima
E lástima.
Limpem os dias
Pra que não percam os guias
Na hora de lavar águas do mar,
Que o vento aprende pentear
Na mente oca dos homens.
Afastem almas das chamas
Pra que o mundo não mude
Nem curve as curvas do destino,
Não, não pertencemos
Ao reino canino
Nem as favelas do cosmos.
Abram alas e agitem palas,
Inda estamos no princípio do fim,
E neste pejorativo motim,
Não se ouve a voz do silêncio,
Nem o surdo gemido do milénio.
Estanquem lágrimas
Pra que sequem mares de lástima
Nos peitos sem jeito,
Na hora do pranto.
Abram portões do coração
E deixem arejar o ar da paixão,
Eis o clamor do tempo e templos,
Havido antes de ti e de mim.

Adelino Gomes-nhaca



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