Coisas de Poeta ou o Pequeno Comércio ....
Data 08/01/2021 22:11:59 | Tópico: Poemas
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Coisas de poeta ou o pequeno comércio, a loja ...
Poesia é a incompetência pra viver, Sobretudo se o viver é breve, curto Como o recorte de um jornal, quando Havia, e o que colocavam por escrito,
Quem era, o que fazia, só poesia, Pois poeta não é nome conveniente, É a incomparência, é a "má-jorna", a infâmia Da vida, não se escapa à morte
De ânimo leve como parece, a morte Não tem presença, um rascunho Não se escolhe, ignora-se o que não Nos serve, o que se escreve não se colhe,
É letra bonita apenas, incompetente e recluso É o poeta que se agita, grita- Ó ondas Do mar de Vigo, em vão na praia, Na areia, onde tudo se apaga e debate,
Onde o ruído persiste, esbate suave A fala, ao compasso do vento, a inércia Na gaivota, a gralha, a goiva, a opinião, São utensílios, possuem garras,
O poeta não, pensa que vive, avança Ao sabor da maré que baixa e Eternamente o arrasta, arrasta-se O poeta, desagrada os búzios,
Ao pó do caminho, aos sapatos Sujos, gastos, ignorado passa ao lado, Como recorte de jornal moído, ruído É o que lá pôs, por escrito, o clamor
Repetido, repetindo a devoção A si mesmo, incompetente e sem fé, Narcisista fingido, o que finge uma Utopia sendo a realidade pior, de má-fama,
Anarquista da existência real, acossado, O sentimento aos pulos na veia cava, A resistência dos loucos e possessos, O cortar dos pulsos, a orelha, a arena e o lobo,
São coisas de poeta, poesia é causa curta, Morta e o lugar onde moro, marcado, Banal, monótono, o propósito que Morreu, o pequeno comércio, a loja,
A ideia…eu!
Joel Matos ( 3 Janeiro 2021)
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