Entre comas
Data 09/01/2021 16:24:45 | Tópico: Textos
| Julguei que vinhas, cavalo alado, por entre o nevoeiro cerrado da minha esperança de te esperar. De te ver ao longe, chegar. Julguei que vinhas e trazias nos lábios, sabor a mel que prometeste, para me beijares. Para me encantares. Nas mãos a maciez que te conheço. E no olhar, silêncios. Feitos de terras prenhes, campos d' alvoradas, florestas densas, achas, fogueiras, fogos e vulcões, séculos de história fértil, navegadores. Vozes por narrar. O mar. Julguei que vinhas e acordei-me nas páginas dos livros por desfolhar. No busto, traçado a carvão, por pendurar, nas noites de lua cheia espraiada nesse luar. Despertaste-me entre timidez, inquietações. Surpresa e sedução. Julguei que vinhas e mantive-te vivo no meu coração.
|
|