FUMO

Data 22/04/2008 21:19:49 | Tópico: Sonetos

Entre os dedos, na dolente madrugada,
Vagam meus anseios e tormentos.
Como o fumo, minha garganta amarga,
Os meus mais tristes momentos.

E num arfar de ares velhos,
Casando-me em nuas roupas...
Condenso entre meus anéis, os elos,
Das imagens perdidas e roucas.

Dentro de mim tu vens mais vivo;
Amor meu, que perdi no ar!
Que de mim, partiu sem despedida...

Furtando assim esta formosa vida,
Como o escarro que dissipo ao fumar,
Que de mim, se esvaiu furtivo!

(Ledalge,in Fumo)

Inspirada nos versos de Florbela Espanca.




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