
Você pode andar livremente entre as flores
Data 01/02/2021 22:54:43 | Tópico: Poemas -> Saudade
| Não cabe a mim julgar o que passa em seu coração Eu nunca saberia mesmo Nem mesmo a dor que sinto em mim eu poderia definir Apenas os deuses teria tal poder Nas noites de estrelas envoltas pelas nuvens. Vivo em prisões desde então Em correntes fortificadas pelas lágrimas dos inocentes que morreram Na caminhada silenciosa do infinito. Você pode andar livremente entre as flores Pode ver as borboletas que voam pelo jardim E sentir o aroma das rosas Mesmo assim não poderá ver a solidez do coração distante de ti Do coração que foi dilacerado pela soberba Pela altivez de uma alma que não conseguiu resistir ao sentimento E se foi pelo caminho da escuridão. Sorrisos dissolutos podem ser vistos ao longe Nos passos lentos de um peregrino sem direção De alguém que buscava apenas um lugar para descansar E esquecer as noites perturbadoras que estivera preso Sem poder fechar os olhos nem por um minuto. Mefisto furou-lhe os olhos com longas agulhas E sussurrava terrores em seus ouvidos quando queria dormir Os pesadelos não cessaram nem mesmo ao meio dia Quando o sol crepitava a pino na abóbada celeste E dançava alegremente a dança macabra da solidão. A donzela tentou arrastar-se velozmente entre os arbustos Na tentativa vã de esconder-se dos roubadores de almas E guardar a sua inocência para dias futuros que havia sonhado Mas que não poderia vivê-los Sem ouvir os gritos de desesperos dos pequenos insetos E dos grandes animais na floresta. Não poderia me libertar das correntes e dos desejos sombrios Que circundavam os meus pensamentos E você podia andar livremente entre as flores Ouvindo os cânticos das crianças fazendo roda E soltando pipas sem parar de olhar para o azul-celeste. Esconda-me o seu sorriso e siga sua jornada Nada mais importa agora Que você pode andar livremente entre as flores. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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