A carne é fraca, a guerra é constante 🍁 ღ
Data 17/02/2021 15:44:00 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| A carne é fraca, a guerra é constante Quando o espírito deixa e não é forte Desejo maldito, bendito, profano, covarde Boca que a língua invade, no corpo, na carne
Do sangue que é alarme, onde a brasa inflama Na luta onde o sangue que se exalta, pecado capital Dor, amor salgado que a vida nos dá muitas vezes Navalha que corta a fraca carne do nosso pecado
Guerra constante, constantemente sem vencedores Besuntados estão os corpos estendidos Na lama antiga no chão do nosso instinto Com a mesma intensidade num labirinto
Rugem as carnes sem sangue já apodrecidas Memórias de um tempo de batalhas de glórias Palavras ditas talvez corrompidas na noite Flor de um jardim bela ardente e misteriosa
Religião com o terço na mão de quem ama Vertigem no passo longo de um precipício Boca que ruge na selvajaria do instante Gemido do homem que ama já feito amante
Muralha com a bandeira mais bela do mundo A fé de uma sombra num templo perdido Insanidade de todos os descrentes e ferozes O vento que guia-nos no céu com o seu rastro
A carne é fraca, a guerra é tantas vezes constante Como é constantemente vencida sem vencedores Quando o espírito é fraco, na luta do sangue Sombra da navalha, gemido do homem descrente.
ღ❤
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
|
|