
Nós dos dedos
Data 23/02/2021 21:29:41 | Tópico: Poemas
| A porta tinha várias trancas (gosto mais de trancas do que de trincos menos quando trinco a tranca) uma feita de corrente e encaixe outra era pura fechadura com chave a terceira ferrolho e respectivo cadeado duas maldições meio mau-olhado.
Do lado da rua tinha sol, vento e chuva ocasional granizo nunca neve muita gente, formigas, nós dos dedos abelhas sem colmeia, aves de arribação árvores de folha perene filhos e crias os meses do ano dias inteiros...
Do outro lado, paredes cantos e esquinas divisões, azulejos, caixas e caixotes camas de solteiro, espelhos e legumes tomadas despesas e despensas para mercearias pares de pés cansados e rotineiros contas de cabeça e para pagar, planos adiados pequenos luxos...
A porta era de carvalho e vidro transparente como o ar fresco acastanhado como o solo, a lama, o estrume... Dividia o dentro-e-fora somava o sair ao entrar por um número indeterminado de passos e passageiros.
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