Ventos da Ausência
Data 24/02/2021 13:23:50 | Tópico: Poemas
| Quando o vento da ausência fala do amor que se perdeu É a dor que se avizinha pela preamar daquele que amou Quando amor está perdido e se decreta o gris da solidão Os desvãos da alma acendem o rubi anônimo da angústia O silêncio dos desamparados bate súbito em nosso peito E o copo de gim, soda e gelo se estende infinito pela noite Se delongarmos as dores dessas perdas sob o sol das horas No fim avançamos solitários rumo ao amanhecer adentro Amealhando toda a esperança tão possível quanto inútil A paz somente tem seu retorno quando se aceita a perda Todo caminho segue o fio da estrada e toda dor é lavável O desespero não é obrigatório na noite gélida de inverno Traz lições de ruas antigas de pedras e vozes da infância É na distância que se repousa o denso destino dos sonhos Mas o que há de sublime começa à porta de um novo dia O prazer de viver febril, reside na travessia do abandono
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