DESESTRESSE

Data 16/04/2021 14:04:20 | Tópico: Sonetos

DESESTRESSE

No claustro avarandado do mosteiro,
Onde um jardim fechado sob sol pleno,
Da imensidão do mundo me apequeno,
Havendo-me, em verdade, verdadeiro.

Verdes folhas reluzem no canteiro
Como se n'algum plano ultraterreno...
E os repuxos no tanque mais sereno
Me desnudam o olhar de forasteiro.

Deixei no porticado meus anseios
E sentei, pés descalços, junto à borda
Entregue à profusão de devaneios:

Livre do que s'esquece ou se recorda,
Sentindo os males meus como se alheios,
A brisa a sussurrar me desacorda.

Betim - 15 04 2021


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=356705