A Curta Vida de um Camponês Russo(Sketch LXXII)
Data 12/05/2021 00:08:42 | Tópico: Textos
| A Curta Vida de um Camponês Russo
A cena se passa no campo, na Rússia, nos anos de 1870.
Cena Única
O campo em uma vegetação russa linda e maravilhosa. Nela estão dois camponeses trabalhando. Eles se chamam Dmitri e Sergey.
Sergey- Meu caro Dmitri, o padre tem falado sobre você. Ele diz que você não vai mais à missa. O que houve?
Dmitri- Não tenho tido tempo. Sempre trabalhando e quando me sobra tempo, eu prefiro descansar ou ficar com a família.
Sergey- Não podes esquecer da religião. Ela é a fonte principal de nossa vida.
Dmitri- Estou começando a cansar desta vida para ser sincero.
Sergey- Eu também, meu amigo. O czar está cada dia mais tirânico e autoritário. E deixa a população de nosso amado país em maldita pobreza.
Dmitri- Um dia eles terão que sair do poder. Quem sabe um dia teremos uma revolução popular que tira esse família real do poder.
Sergey- Provavelmente não será tão popular assim, meu amigo. Será dirigida por algum grupo elitista.
Dmitri- Eu sonho muito que um dia nosso povo poderá ser dirigido pelo povo. Mas talvez seja apenas um sonho meu.
Sergey- Se é algo que aprendemos com a vida, é que se a gente não continuar sonhando, a gente provavelmente está morto por dentro.
Dmitri- Tem razão.
Sergey- Você tem conversado pouco, meu amigo.
Dmitri- Tenho estado muito apático esses dias. Uma falta de vontade de fazer qualquer coisa.
Sergey- Precisas ir ao médico, meu amigo. Eu odiaria te ver muito doente.
Dmitri- Já fui. Ele disse que não pode detectar nenhuma doença em mim. Ele diz que pode ser totalmente mental o que sinto.
Sergey- Você logo melhora. Você nunca foi de ficar doente com nada, meu amigo.
Dmitri- Assim eu o espero.
Sergey- Meu amigo, eu já volto, preciso ver como estão os grãos no celeiro.
Dmitri- Pode ir, meu amigo, nós conversamos mais quando voltar.
Sergey sai. Dmitri continua trabalhando, quando subitamente ele começa a passar a mão na testa. Quando ele vai chamar alguém, ele cai morto no chão. Dois cachorros entram em cena e começam a lamber suas mãos. Uma triste música ao longe soa.
O pano desce rapidamente.
Fim
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