Fortaleza
Data 26/04/2008 17:58:05 | Tópico: Poemas -> Amor
| É assim que te vejo, fria Como a lua entristecida E de mim, o que sobra? Se não a falsa alegria Mas não quero mais, assim viver Tamanha solidão em meu querer O que antes se dominava, agora se domina E não mais o amor semeia Com folhas ressequidas E se põem a chorar Além da despedida O sonho é sempre um sonhar E não sara a ferida
É assim que te vejo, bela Como a rosa radiosa Que chora com o orvalho Tal como a aurora De não mais amar O que não se ata De não mais transladar O que não transmuta E depois de tanta luta Não mais lutar O que se ganha em se perder? O que se perde em se ganhar?
É assim que te vejo, crua Sem direito a pergunta, sem sonho a sonhar Um sonho denso, sem lenço, sem fúria E o que são lágrimas derramadas? Além de águas salgadas lágrimas cristalizadas de um mar revolto Um lamento de um coração a deriva, engolido pela tempestade E a temperança? Talvez sem esperança Lança-se sozinha como uma criança Que cega, não se importa com o perigo Não teme o castigo Mas se põem a chorar, um pranto sofrido
Transfere a busca, ao espírito De um sonho bom, e não dormido Na seiva de um peito adormecido, e o amor nele Jaz sofrido, de não mais amar o referido Sem cura, o que não se trata Sem busca, o que não se procura Transcende a luz ao crepúsculo Quem dera fosse verdade O amor encarnado, semeado na altura Além do céu, a claridade Além da duvida, a certeza O amor nada mais é, do que uma doce pergunta Com resposta talvez, ao coração dos amantes Que ama infinitamente, sem esperar nada em troca E carentes, protegem-se, em uma frágil fortaleza.........
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